quarta-feira, março 14, 2012


Esta sou eu


Sou eu que carrego nas mãos
um punhado de cinzas
outro de flor de laranjeiras

Eu que fui com o vento
e dancei a nota bemol
daquele sopro de flauta
perdido na música

Fui eu que sonhei
buscar todas estrelas insensatas
viajei até a luz que cai
depois acaba em rodamoinhos

Fui eu que voei
até a voz dos violinos
e disse adeus
a ópera da vida

Assim... sozinha
meu coração se aquieta
e confia!

2010



Poesia

É com coragem
que te prendo
em meus dedos

e te arranco
gota a gota
do coração
feito sangue

é com coragem
que te entrego
a alma sem razão
feito grito

Sheila Pavanelli

sábado, março 03, 2012

Karma



Vida

Abro a janela
e um doce fio de sol
trespassa a cortina
 
brilha no espelho
e desfaz-se em arco-íris
o vento sussurra lá fora

e a vida
tece os dias,
fatalmente

terça-feira, janeiro 31, 2012

Perfídia


bebo a perfídia
na fonte da tua boca
palavra
doce

picada ao som
de um veneno
lento

2006
Maresia


foi entorpecimento
cicuta fina
inoculada
no desejo macho
da maresia

foi feitiçaria
poção marítima
lenta e única,
seiva doce
vinda dos coqueiros


2007