domingo, março 27, 2005

Aço



O dia vem
amargo e doce
derrama sobre a terra
indomável
o fogo eterno

Amanhece como sol e aço

Vem com imensa boca
De fornalha
a transformar lágrimas
em chamas

Calcina o homem qual ferreiro enlouquecido

Vem em estilhaços
derretidos na gente
fora da gente
numa guerra metálica
de luta por um dia

O dia vem e Tudo devora e maltrata

Mata em febre
o pobre que cantava
forja em aço
os sonhos de um menino

O dia cresce
sempre

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